terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tecnomacumba


Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de min 
Rainha dos raios 
Rainha dos raios 
Rainha dos raios 
Tempo Bom, Tempo Ruim 

Eu sou o céu para as tuas tempestades
Céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou o céu para as tuas tempestades 


"Eu sou o céu para as tuas tempestades"... Quem teria a intimidade suficiente com uma divindade para poder dizer tal frase? E olhe que estou falando de um Deusa pagã, cuja raiz se encontra na profundeza dos sentimentos humanos e da própria natureza... Conheço alguém que pode fazer isso com a destreza de uma sacerdotisa das antigas; o seu nome iniciático é Rita Ribeiro


   Esse é só um exemplo da intimidade que ela pode conquistar. Ela se mostra íntima com a música, com os  Deuses, Orixás, pessoas, fãs... súditos.
   Rita Ribeiro é uma maranhense que com sua voz limpa e sem excessos conquistou não só meu coração, mas o de muitas outras pessoas. Dentre elas está o ilustre "desconhecido" cantor Caetano Veloso, compositor de Iansã, letra lindíssima que inicia este texto.
   Em seu currículo ela trás uma variação de trabalho de enobrecem ainda mais o seu talento e predicados. Deem uma olhada em sua discografia...  
  Em seu quarto trabalho, Tecnomacumba, ela conseguiu mesclar pontos de umbanda com músicas populares que se aproximavam ou faziam menção aos orixás... É um verdadeiro exemplo da cultura musical brasileira. Ok, explicar trabalho de tal grandeza é difícil de fazer, o melhor mesmo é ouvir. Tenho aqui dois exemplos:



   Conheci este trabalho há alguns anos e agradeço muito ao meu amigo Mario Daniel (Mardan) por isso...
   Passei por momentos difíceis em minha vida, e posso garantir que num deles o álbum Tecnomacumba me ajudou e muito. Não estou falando de autoajuda barata e sim de uma energia verdadeira e simples que só a musica pode transmitir, independente de religião ou estilo! 
   Tive ainda o privilégio de assisti-la a tempo e ao vivo no ano passado em BSB e posso garantir... FOI O MELHOR SHOW DA MINHA VIDA!




  Infelizmente não posso falar que Rita ribeiro mudou a minha vida... Porque ela ainda continua a mudá-la a cada vez que uma de suas musicas é tocada !!!
   Então, parra terminar esta postagem vou citar uma frase dita por ela no seu CD/DVD Tecnomacumba: "Minha religião é a música e é pra ela que eu bato cabeça..." 
Eparrei Dona Iansã e Salve Rita Ribeiro...
   

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Corpo


      Em dias cinzas como esses tenho pensado cada vez mais sobre a importância dos amigos e das pessoas que conquistei ao longo destes anos. Posso dizer que tenho grandes amigos... amigos que se foram, amigos que vez ou outra reencontro, amigos que deixaram de ser amigos e se tornaram irmãos, grande amor que se tornou um grande amigo e uma irmã que se tornou primeira amiga e confidente.

   Pois bem, posso contar nos dedos os que se encaixam nessas descrições, mas sei que com eles eu sempre hei de poder contar.


    Já tem um certo tempo desde minha ultima postagem (I'm sorry), mas a vida anda meio corrida! Mas é com grande prazer e emoção que trago a vocês um filme que marcou a minha infância: Conta Comigo (Stand by me).

    Quem não se lembra da áurea época da "Sessão da Tarde" em que os seus filmes faziam parte da nossa vida e eram aguardadas as suas reprises. Uma lista imensa poderia ser feita (listas eu deixo para o @acrisedos25), mas com certeza este filme seria o nº 1.

  Trazendo em sua essência a liberdade e força aventureira do espirito jovem, as relações de companheirismo e amizade entre diferentes meninos, o filme conseguiu me levar a um mundo  completamente distinto do meu.

  Conta Comigo é um filme de 1986, baseado no conto "The Body" de Stephen King, que mostra as memórias de um garoto de 12 anos, Gordie Lachance (Wil Wheaton), que juntamente com mais três amigos saem a procura do corpo de um garoto perdido na mata.

 Além de contar com um roteiro impressionantemente bem amarrado, trilha sonora cativante e emblemática, o filme foi  um marco na carreira de muitos dos atores que dele participaram.
   
   É uma pena que o ator que fez o personagem principal que por anos por mim foi adorado, tornou-se meu arqui-inimigo. Que o diga o Sheldon (BAZINGA!!!)


   Ainda hoje, para mim, este filme é um grito de liberdade e pedido de socorro daqueles que mais precisam; além de ser refúgio ao dizer: Conta comigo!

   Se o tempo passa rápido ou devagar eu não sei dizer. Mas posso afirmar que com verdadeiros amigos ao lado, o tempo a passar se torna muito mais prazeroso, os problemas tornam-se desafios e uma vida sofrida e pesada se torna mais leve

   Para quem quiser se deliciar com este clássico em sua dublagem original... é só clicar aqui


domingo, 6 de novembro de 2011

Almodovariemos... Parte 3 - Loucura nas Entranhas

   Quando fico sabendo que vem por aí um novo filme do Pedro Almodóvar eu fico insano. E isso o Júnior pode confirmar... Mas algo que ele só soube nesta última sexta, foi a ligação religiosa que tenho com a obra desse gênio que é o Almodóvar.

   Explicando melhor: Na maioria das religiões tem-se que passar por um rito para se alcançar a sublimição do Ego e assim alcançar o Divino. É assim comigo quando se trata de alguns filmes, mas neste caso ficou muito mais evidente.

   Nesta sexta resolvi assistir "A Pele que Habito"... Eu tinha estágio à tarde e aula durante a noite. Resolvi então matar aula. Pois bem, após o estágio passei em casa, ao sair, a tranca da moto estragou (morri em R$45, fora o tempo para a instalação); Depois disso, um mosquito entrou no meu olho esquerdo (nem precisa dizer que fiquei com um desconforto do cara*** nesse olho), o pneu da moto furou e o celular não funcionava para eu poder ligar para o Jr. Traduzindo: Tudo estava fudendo e pelo visto eu não conseguiria ver o filme.
   Mas tudo se resolveu e pude depois de "muita luta" me deliciar com mais um Almodóvar.
    Dessa forma trago a vocês "A pele que Habito"!!!
   Se estão esperando mais um comentário do tipo "o que acontece no filme" desistam agora mesmo, é sério! Não será este o foco desta postagem. (Rsss)
    Almodóvar, deixou de ser um diretor para se tornar uma referência estética, quase uma franquia; nesse novo filme a essência da estética permanece, mas o "frescor" e o inovação se fazem presentes. Os dramas femininos relacionados à mulheres falantes, insanas, apaixonalas e lutadoras das últimas obras, dão lugar à loucura e insanidade do ser humano, tanto homens quanto mulheres.
    Quem não conhece os conceitos de Id, Ego e Superego  deveriam estudá-los antes de assistir ao filme (fica a dica). Todos estes conceitos estão presentes, mas principalmente o Id, mostrando o cerne do ser humano e de sua loucura.
   Como diz a personagem Marilia (Marisa Paredes) em certo momento do filme: "A loucura esta nas minhas entranhas". Essa é uma verdade que quase ninguém quer ver ou notar; somos todos insanos, loucos, voyeurs e um pouco depravados. Queria sinceramente que a maioria dos que assistiram ou vão assistir a este filme tivessem esta impressão... já não seria
mais só eu a sentir isso, né?

    Esteticamente falando, notem como os quadros renacentistas se mesclam a quadros de pintura moderna e por fim à imagem de um monitor. Observem as cores usuais sendo usadas nos locais certos, mantendo a estética do suspense sem perder a característica almodovariana de colorir a cena. Muitos outros pontos poderiam ser levantados, mas isso deixaria de ser um post para ser uma monografia (Rssss).
   
   Como já disse a essência humana está muito presente e alguns personagens podem ser observados pelo olhar da psicologia. O "El tigre", personagem puro instinto, animalesco, Id puro (confesso que fiquei com um certo tesão numa cena deste personagem); O médico Robert Ledgard (Antonio Banderas) e seu Ego enlouquecido e sem auxílio do superego, firmado na crença que permeia erroniamente a sua classe de que: "eu sou Deus"; A capacidade do homem de superar as adversidades e, pelo menos tentar, adequa-las ao seu cotidiano; a fuga e o recalque da personagem Vera (Elena Anaya) ao escrever nas paredes na tentativa de manter sua integridade emocional, mas principalmente a sua identidade. (Quase uma tese de psicologia)
   
   Identidade essa que é o foco principal do filme. Somos quem realmente somos, ou queremos ser? Quando nos olhamos no espelho o que vemos? Somos o que está refletido naquela imagem ou somos muito mais do que um amontoado de ossos, músculos, vasos sanguíneos e pele? Somos a pele que habitamos ou apenas habitamo-na? Ficam as perguntas... Cabe a cada um de nós respondê-las.


   Se nesse percurso você se encontrar com a loucura existente no mais fundo do olhar... Seja bem vindo ao clube dos que tem a loucura nas entranhas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Que se abram os portais...



   "Ventos do oeste, vós que clamais pela liberdade das almas perdidas, que seus ventos conduzam nossas emoções àqueles que amamos, mas se foram... Fogueiras sagradas, choro ao teu clamor pelas almas que se foram em vão; aqueçam os espíritos dos que lamentam a ida dos amados... Rios da vida e da morte, vós que carinhosamente conduziram os perdidos, tragam-nos nessa noite quem amamos, para que com eles nos alegremos, dancemos e celebremos... Mãe Terra, poderosa senhora da construção e destruição, obrigado por sempre nos lembrar de que o hoje é essencial, pois amanhã podemos não mais estar aqui; mas, depois de amanhã, quem sabe? retornaremos àqueles que tanto nos fizeram felizes... Abençoados sejam seres da vida e da morte, que nossa dança eterna se renove em mais um ano."


  Se a proposta aqui é falar sobre o que mudou a minha vida, nada mais justo que hoje, meus olhos, intento, coração e espirito se voltem àqueles que passaram pela minha vida e me moldaram... Pessoas que se foram dessa vida; outras que se mantêm, mas sumiram nas brumas; outras que tenho o prazer de ver o brilho dos olhos quase todos os dias.
   Pois bem, a vida aqui, nessa era, com este formato é só uma, devemos aproveita-la ao máximo... E é isso que a noite de hoje, Samhain, vem nos ensinar!
   Poderia listar uma serie de livros e filmes que nos mostrariam estas temáticas: " viva a vida", "celebre os que se foram, seus antepassados", "Faça dessa vida a melhor possível"...
   Mas deixo a cada um que venha a ler este texto, que façam uma reflexão sobre a sua própria vida, sobre a dos seus antepassados, dos que vieram antes nós, daqueles que ainda estão aqui ou dos que já se foram... Tenho certeza que daria um ótimo roteiro de filme, livro ou o que quer que seja.
   Acendam uma vela, façam orações, bebam, dancem, sei lá... Celebrem a vida junto aos mortos.
   Que a alegria de estar vivo e que o amor e calor circulante em nossas veias nos preencham nessa noite mágica.

  
 "E que se abram os portais... Que venha um novo ano". 
   Feliz Samhain e ano novo para todos!!!



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Almodovariemos... Parte 2 "A Visita"

  Voltemos um pouco no tempo... retomemos o inacabado; dessa forma, chegamos a Almodovariemos - Parte 2, A Visita.
     Pensei muito em qual seria o próximo Almodóvar que entraria neste blog. Como está se aproximando o dia das crianças, nenhum melhor que "Má Educação" ou "La mala educación".
   É difícil escrever sobre um filme tão intenso, completo e que principalmente, causa um bolo no estômago e garganta de quem vê. 
    Só que fica mais fácil, quando olhamos o panorama atual das coisa: "Pedofilia" em forma de piada discutida em programa de segunda à noite, gays agredidos em plena rua, desenhos animados tomando conta de redes sociais, feministas se sentindo rebaixas por propaganda de lingerie...
    Estamos levando a vida muito a sério... uma maneira de melhorar isso é assistindo à um bom filme, como esse por exemplo (apesar de sua temática forte).
   Má Educação conta  a história de Enrique e Ignacio (Isso à principio), sendo que essa história é contada, indo e voltando no tempo e de perspectivas diferentes (prefiro assim colocar para não estragar o filme). A metalinguagem é uma das características desse filme, assim como de outros filmes de Almodóvar, já que Enrique esta filmando "A visita", história baseada nas vivências dele e Ignacio durante um período em que estudaram num internato católico e da relação de amor entre os dois. Relação esta que causa todo o conflito dos filmes, Má educação e A visita. 
   Chega de tentar contar o filme, né? Vocês têm que assistir... Rsssss
   O filme traz o delicioso Gael García Bernal de uma maneira que nunca esperei ver... Ok, foi a primeira vez que o vi, mas mesmo assim fique chocado, excitado e com cólicas de tanto que ovulei. Rssss

      Mas é sério, o filme é de uma inteligência notável, trilha sonora cremosíssima, atores no ponto exato e um roteiro INCRÍVEL!!!
   Dizem que essa poderia ser uma obra inspirada em certos aspectos da própria vida do Almodóvar... Fofocas à parte o filme é bem amarrado, bem contado, mais uma vez trás personas incríveis como o Paquito (Javier Cámara); reparem em sua performance na "buatche" e em sua cena sentado em frente ao cinema...

    Quem, assim como eu, tiver um gosto mais aguçado por cenas "tipo pornochanchada", reparem na cena de "sexo" com o "dorminhoco" (sinceramente não sei como descreve-la); é uma das mais reais que já vi, fora  The Brown Bunny e Nove canções... Que com certeza serão outras publicações aqui!!!
    Pois bem, Má educação é um filme de 2004, mas só tive conhecimento dele em 2005, enquanto cursava Artes Cênicas na UFG (Universidade Federal de Goiás), foi uma época mágica e cheia de descobertas na minha vida; Descobertas da sexualidade, do amor e do ser diferente....
   Voltamos assim ao começo do texto... Devemos aprender a conviver com as diferenças. Diferentes opiniões, diferentes tipos de comédia (um pouco menos ácida e mais bem executada), diferentes posicionamentos políticos, diferentes maneiras de viver e ser feliz!!!
   Não importa se tudo se trata de uma má educação ou apenas o caso de uma visita, o que importa é tentar manter-se sempre caminhando, juntos ou separados, mas se respeitando.  


domingo, 2 de outubro de 2011

Os Barcos e Os Caminhos


   Em tempos idos, um garoto resolveu que queria navegar pelo misterioso mar. Como não tinha conhecimento para isso, foi a procura de quem o sabia!
   Depois de um tempo encontrou um grupo que diariamente faziam expedições mar adentro e à eles acabou se juntando. O grupo era guiado por um casal de velhos viajantes que conheciam os sete mares. Sempre que possível transmitiam-lhes seus valiosos conhecimentos sobre o mar.
   Certo dia o velho viajante revolveu ensinar algo ao garoto e questionou-o sobre o que ele faria em caso de uma tempestade em alto-mar. O garoto por sua vez, apaixonado pela nova vida que vinha levando, afirmou que nunca abandonaria o barco, independente do que acontecesse. O velho, então curvou-se, abaixou os olhos à terra, levantou-os ao ar e depois, mirou profundamente o mar, como se destes lugares quisesse ver algo, mas somente disse: " Na hora certa veremos o que vai acontecer, depois voltaremos a conversar, isso se nos for permitido pela Rainha do Mar..."
   O tempo passou e o garoto começou a ganhar experiência em como navegar pela sua paixão, o mar. Ele aprendeu a sobreviver à pequenas tempestades, vezes caindo do barco e sendo içado de volta; vezes segurando firme até que a tempestade passasse.
   Mas a fúria dos ventos e das tempestades resolveram assolar o barco de tal forma, em uma de suas viagens, que a imagem que se tinha era de puro caos... alguns dos navegantes pularam ao primeiro sinal da tempestade, outros seguraram-se o máximo que puderam; já o garoto, perdido em meio aquela imagem aterradora do mar em fúria resistiu enquanto pode, mas ao ver que o barco estava se desfazendo, resolveu pular no mar...
   O barco se desfez e alguns dos navegantes partiram para outros planos...
   Quando a tempestade começou a passar e o dia se fez claro outra vez, o garoto se viu agarrado à um pedaço de madeira que outrora fizera parte do barco, sendo jogado pelas ondas do mar.
   Depois de um tempo sozinho naquele grande mar, o menino começo a se perguntar o que teria acontecido aos seus companheiros e irmão de viagem, imaginava se mais alguém estaria como ele, vivo, perdido, agarrado à um pedaço do que sobrou do barco... Mas o tempo, nada de novo revelou.
   Logo o garoto chegou a uma praia, de onde, sem energia, não conseguiu mais sair...
   Mais uma vez, o fabuloso tempo passou... Neste período o garoto sentava-se à beira da praia e pensava em entra no mar, mas tinha medo e faltava-lhe uma coisa: O barco. Por dias ele chorou ali, na areia áspera da praia, chorando pelo que perdeu, pelo seu amado barco, pelos seus companheiros, por uma vida feliz que ele nunca mais poderia ter, mas principalmente, pelo mar, sua eterna paixão, traiçoeiro como a serpente escondida no profundo do coração dos homens...
   As únicas coisa que ele tinha daquele período tão feliz de sua vida, eram os conhecimentos e um pedaço de madeira que insistia em mostrar-lhe o quanto ele fora feliz!
   Pobre do garoto!!!
   Quem sabe um dia ele perceba que é impossível juntar os pedaços do barco e remontá-lo; é impossível reunir todos os seus companheiros... Mas que é possível, sim, montar um novo barco, superar o medo do mar bravio e juntar novos companheiro; e quem sabe ele, um dia, será o velho que ensinará à garotos como ele, sobre o brilho maravilhoso e traiçoeiro do mar, das emoções e da importância de se ter e cuidar bem de um barco, porque quando ele se parte e afunda no Mar, ele estará, para sempre, perdido...
   Será?

   A todos que um dia tiveram uma família que mudou a sua vida, mas por diferentes motivos os caminhos se afastaram...
   Amados de minha tradição, aos que vieram antes de mim, meu eterno obrigado pelo caminho partilhado, que um dia, nesta, ou em outra vida, possamos nos encontrar... Lembrem-se, existe somente um início e um fim, o resto, são só caminhos!!!
   Abençoados sejam todos

PS (quase 3 anos depois) : Hoje sei que quem tem asas não precisa de barco. Quem é livre, não precisa nem de corpo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eterno Recomeço


Tenho pensado sobre os rumos desse blog!!!  Mas, antes que digam: Já? eu explico: SOU ARIANO, Rssss!!!
Pois bem, tenho me sentido limitado falando somente sobre filmes, já que a minha vida é repleta de referências, amigos, amores e momentos marcantes... Dessa forma deixa-se de chamar “Filmes para mudar a vida” para ser chamado de “para mudar a vida” este blog bebê!!!
Para começa esta nova fase, vou falar sobre um filme, um livro e um cd, tudo ao mesmo tempo... Desta forma apresento a vocês: Into the wild, ou como chamaram no Brasil... Na natureza selvagem!!!
 Sabe aquele tipo de filme/livro/cd que faz você querer ir direto para o computador, à procura de tudo sobre ele, aos prantos... Pois é, into the wild é assim.
Essa é uma história, real, sobre Christopher McCandless (interpretado por Emille Hirsch no filme), um norte-americano de 22 anos que ao terminar a faculdade, doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, assume outro nome (Alexander Supertramp) e parte em busca da real felicidade, longe do materialismo de sua vida, percorrendo os EUA chegando até o Alasca...

A sua história é contada no livro do jornalista Jon Krakaue; livro que foi adaptado para o cinema e dirigido por Sean Penn (por favor, assistam ao filme sem pensar no diretor, depois podem criticar, tá) tendo a trilha sonora assinada por Eddie Vedder... precisa falar mais? Vou dar só uma amostra...






Quem nunca se perguntou o real sentido da vida, da felicidade e das nossas relações com as pessoas? Eu já, e muitas vezes...



Em sua caminhada, Alex vai encontrando varias pessoas que, de uma forma ou de outra, acabam sendo mudados pela presença dele... São pessoas com diferentes problemas na vida (novidade, né?), diferentes anseios, mas que aos poucos vão vendo que seus problemas são “simples”, eles somente estavam dando muita atenção a eles!!!

Esta é uma obra que, particularmente, eu recomendo a todos os depressivos de plantão como eu, que acham que a vida poderia ser melhor ou que “nada está no lugar certo”...


Gostaria que ao assistirem ao filme, e se possível lerem ao livro, ouvindo o cd, tenham atenção especial às pessoas que partilham este momento da vida com Alex e às mudanças de comportamento dos seus pais ao lingo da história.

É difícil definir este filme/livro/cd... É comovente, inspirador, belo (à sua forma), um divisor de águas... Uma das histórias que mais me comoveu, revoltou e me tocou!!!


Se com essas linhas mal escritas eu conseguir fazer com que alguém assista ou leia ao livro e se sinta inspirado pela história, mudando um pouco a sua vida... Eu me sinto extremamente realizado em minha natureza mais selvagem!!!
Os dados estão lançados, que comecem novamente os jogos, em um novo campo PARA MUDAR A VIDA!!!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mágia Prática


     Estive estes dias  a procura de qual seria o filme a comentar dessa vez... pensei em vários; uns que realmente mudaram a minha vida e outros que somente me inspiraram a viver um pouco melhor... No entanto estou passando por um momento de difíceis decisões em minha vida e com a proximidade de uma comemoração especifica, resolvi lançar aos sete ventos a minha indecisão e esperar que assim, a energia emanada de vocês me ajude na minha decisão...  
   Sem mais delongas apresento a vocês, com uma pitada de amor no coração: "Da Magia à Sedução" (mas prefiro o título em inglês, "Practical Magic"). Alguns podem até torcer o nariz com a citação do nome do filme, mas peço que esperem, leiam primeiro, e assim revejam as suas considerações.
    Tenho um certo fascínio por filmes em que Sandra Bullock está no elenco, acho-a carismática e bonita na tela (velocidade máxima me cansa, tá), mas neste filme a sua "força" está especialmente aumentada!!! Rssss
    
    O filme, baseado no livro homonimo, trata da vida de uma família pouco convencional, as Owens, uma família de bruxas... no entanto, elas carregam uma pequena maldição: todos os homens que elas, por acaso, venham a amar, morrem!!! Por conta da morte do pai e consequente morte da mãe, devido a profunda tristeza, as duas irmãs Owens, Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman), vão morar com as tias, interpretadas por ninguém menos que Dianne Wiest e Stockard Channi.
    Pois bem, dessa forma a história vai se desenvolvendo com as peripécias amorosas e "bruxisticas" (rssss) das duas. Este filme teria tudo para passar batido em minha vida se eu não tivesse um fascínio (além do pela Sandra...) por magia, apesar do filme não ser um tratado do que realmente é a bruxaria... Pensando nisso nunca vi um filme fiel à proposta...
    Desculpem-me estou divagando demais...

    Além das cenas comoventes que tratam do amor e da sua responsabilidade (parafraseando o Pequeno Príncipe, "És eternamente responsável pelo o que cativas...") o filme traz cenas contagiante e deliciosas como a "elevação do cone de poder" (procurem no google) durante uma rodada de Tequila (Adoro!!!), uma cena extremamente sensual da Nicole K., um feitiço de "amor" feito por uma criança, que me faz querer chorar; e principalmente um final, que na época acalentava o meu coração!!!

    Outro ponto que faz o filme ser pessoalmente cativante para mim é a sua trilha sonora, que fez parte da minha vida (Mel, Raven, Dalila... SAUDADES dessa época). Posso destacar algumas música que espero que escutem com todo o S2 (rsssssss) de vocês: 
- This Kiss - Faith Hill;
- Is This Real? - Lisa Hall;
- Black Eyed Dog - Nick Drake;
- Case of You - Joni Mitchell;
 -Coconut - Harry Nilsson.
   
    Espero que quem leia este blog, procure assistir aos filmes citados; e se assim o fizerem assistam a esse com carinho, tá... ficarei muito grato!!!
    Por fim, este filme me fez acreditar muito mais na vida e em suas infinitas formas de se viver; Amando, sorrindo, vivendo ou não!!!

     "Que os sete ventos, a Terra, o calor do Fogo e a Flexibilidade da água possam irradiar a paixão, o amor e a esperança dentro dos espíritos andantes na terra... que a virtude maior seja a compreensão do diferente e que a vida de cada um seja repleta de magia, amor e principalmente SEDUÇÃO!!!"

                                            BLESSED BE!!!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Data Comemorativa


Essa é uma postagem um pouco diferente... O motivo deste blog foi aproximar-me do mundo em que vive meu “namorido” Junior Bueno, aficcionado por filmes, cultura POP e escrever; Desta forma, por ser esta a semana de seu aniversário, nada mais justo do que falar da pessoa que mudou a minha vida...

Para ser fiel à proposta deste blog falarei dele citando filmes que o completam, caracterizam e principalmente o torna mais especial para mim a cada dia.

Feliz Remoçamento (ou aniversário) meu amor!!!
 

O primeiro filme que me vem a cabeça é “Alta Fidelidade”, uma comédia romântica sobre a vida de Rob (John Cusack), dono de uma loja de discos, que passa todo o filme tentando entender porquê nunca consegue ter um relacionamento duradouro com suas namoradas. No meio dessa história, muita música e piadas 
inteligentes.


Se alguém falar em Junior Bueno, com certeza entrara no campo das histórias, músicas e piadas inteligentes. Este é ele, a pessoa mais inteligente, bem humorada e espirituosa e amável que conheço...(sem pieguice).

Um segundo filme é “Forrest Gump”, filme esse que ele faz questão de assistir sempre ao início de um novo ano, isso já há uns sete anos!!! Como ele mesmo diz: “este filme renova as minhas esperanças”. Tem como não amar esta pessoa...
   

Forrest Gump conta a história de um garoto que apesar das dificuldades conseguiu fazer tudo o que sempre quis sem se importar, vezes sem notar, com as dificuldades. Não preciso dizer mais nada, né?
   Se eu fosse listar todos os filmes, um por um, demoraria anos!!!

Mas quando se trata de comentar um filme, fica difícil de especificar um que ele o faça com maestria, porque isso ele consegue com todos. Ele passeia entre “se beber não case” indo ao filme “As horas”. Falando em “As Horas”, quem me apresentou ao filme e à escritora Virginia Woolf foi ele, é claro.



A versatilidade é comprovada pelo fato de que ele consegue se apaixonar pelos clássicos da Sessão da Tarde, como “Os Goonies”, passando pelos filmes mais densos como “Mar Adentro” e estacionando em “Cidade dos Anjos”.


Sendo mais sucinto, já que se deixassem escreveria uma monografia sobre os talentos e predicados deste meu “porqueira”, filmes podem definir, classificar ou até mesmo mudar uma vida... Mas não há nada no mundo que mude mais uma pessoa do que amar e ser amado, ainda mais quando o objeto deste amor é alguém tão incrível como meu Nego.

Junior, espero ter você sempre comigo em um lugar chamado Notting Hill, para muitos Breakfast at Tiffany’s.
TE AMO

Feliz Aniversário

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Almodovariemos... Parte 1

   Há seis anos conheci alguém "em crise" que mudou o curso da minha vida, concomitantemente, conheci "Pedro Almodóvar" e de lá pra cá, minha vida tem sido um turbilhão de emoções. Por diferentes motivos, neste momento de minha vida, resolvi falar sobre um filme específico do Almodóvar, no entanto, seria uma insanidade de minha parte restringir a obra dele a uma só postagem, já que praticamente todos os seus filmes mexeram comigo. Portanto resolvi fazer uma série... Almodovariemos!!!

   Apresento-lhes com todo o prazer, "Tudo Sobre Minha Mãe" ou "Todo sobre mi Madre", filme de 1999!!!
  Pra quem já esta acostumado com os dramas almodovarianos, este filme é um clássico; pra quem não conhece, tenho a plena certeza que se apaixonarão como eu!!!

   Tudo Sobre Minha Mãe aborda temas complexos e com tramas labirínticas, mas tentarei com poucas palavras explicá-lo: Uma jovem mulher, Manuela, se apaixona por um homem, Esteban (até aí tudo bem), Esteban vai trabalhar em Paris e volta de lá transformado... em quê?... em quê?... em uma Travesti, Lola!!! É isso mesmo, como diz a própria Manuela no filme, "com um par de seios maiores que os dela"; ela engravida e resolve fugir... dezoito anos depois seu filho também chamado de Estaban, morre e ela vai a procura do ex-marido/travesti para encerrar esta história, mas como se é de esperar, histórias paralelas se unem a personagens fascinantes para criar um incrível trama !!!

   Neste filme vocês encontrarão personagens controversos, mas apaixonantes. Um exemplo é a incrível, cremosíssima e deliciosa Agrado (Antonia San Juan), personagem que "distribui" a pitada cômica ao filme, mas de uma alma tão intensa que a personagem parece ser real!!!

   Por ser um filme muito intenso não cabe aqui dividi-lo e explicá-lo, tem-se que assistir para entender do que estou falando!!! Mas vamos as minhas considerações pessoais...
   Este filme consegue mexer em pontos que realmente afetam as nossas vidas como a perda dum filho; os conflitos e segredos de uma vida toda; as diferentes sexualidade e suas relações; mas, principalmente o medo, o receio e a esperança de cura do HIV!!! Isso tudo num contexto divertidamente bem elaborado, como uma realidade estampada e não somente a pantomima (como diria Agrado). É impossível assistir ao filme sem se apaixonar pela Agrado, o melhor personagem deste filme para mim...
   Desta forma a esta incrível persona e como uma homenagem a sua interprete, Antonia San Juan, reservo um espaço com algumas frases de Agrado no filme:

    " (...)Sempre pensei que poderia fazer sucesso no terceiro mundo!!!"
   " (...) Não aguento as Drags. São uns espantalhos; confundiram circo com travestismo, com circo não, com uma pantomima. Onde já se viu uma mulher careca?"
   " (...) Os clientes gostam das pneumáticas e bem dotadas!" (Respondendo o porquê de não ser operada)
   "Sempre confiei na bondade dos desconhecidos"

   Outro fato interessante sobre este filme são as suas citações, inspirações e declaradas "cópias"!!! Proponho então um jogo: Assistam ao filme, descubram estas passagem e comente-as aqui (Junior, vc é café com leite, tá, Rssss), fico aguardado para ouvir tudo o que vocês tem a dizer sobre minha mãe!!!
      Tem como não amar ???
    Se preferirem uma abordagem um pouco mais acadêmica, indico a leitura do artigo Almodóvar, (Neo) Barroco e Imaginário

   Dedico esta postagem àqueles que me impactaram a vida tanto quanto os filmes: ao meu amor (parabéns pelos 6 anos), ao meu amigo distante mas que eu amo muito (força meu querido nessa sua luta), e a todos que como eu enfrentam uma vida de dramas almodovarianos!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Peruca, Maquiagem e um Bom Rock

   Há uns três anos atrás nunca tinha tido contato com o mundo do cinema "alternativo", mas quando fui apresentado, foi de cara com o incrível Hedwig and the Angry Inch!!! Antes de continuarem a ler, apertem o play do primeiro vídeo, leirura com música é sempre bom.

   Pra quem nunca ouviu falar, é um filme que conta a história de um garoto nascido na Alemanha, Hansei, que durante a sua infância enfrenta situações conflitantes como o abuso sexual por parte de seu pai, a dura vida numa Berlim dividida e principalmente o efusivo desejo e paixão pelas coisas de fora do seu mundo, por exemplo o Rock!!! Pronto, já temos muito pano para várias mangas... mas nada é tão simples quanto parece...
   Não é minha proposta aqui fazer resumos, então, simplificando... como única saída para seu dilema Hansei se vê numa mesa de cirurgia pra uma adequação de sexo... nasce assim HEDWIG!!!

   Vamos as minhas considerações, de o porquê me apaixonar por este filme. Foi a primeira vez vi um personagem tão vivo, tão real, com paixões, desejos, sonhos e insanidades tão latentes, sem contar a originalidades deste personagem. Ao assistir o filme você tem a impressão de estar assistindo a um musical, no entanto, não um musical chato como Cats (isso cabe a outra postagem). As musicas são pulsantes, reais e principalmente contagiantes; até hoje estou atrás da trilha sonora deste filme, mas confesso, não sei usar torrent (#fato).
   Hedwig, é um exemplo de como um mundo incompreensível e "rotulador" pode causar feridas, na maioria das vezes, irreversíveis a uma pessoa!!!
   Mas o filme não fica só neste conceito chato de "vamos entender a cabeça de uma Transexual, pra ver se ela é igual a todo mundo!!!"; Não!!! eles não focam isso, e sim a historia de sua luta para encontra aquilo que, para ela, veja bem, ELA, é o que complementa a sua vida, a sua outra metade ou "The origin of love"
   Como já disse antes, sou passional, e amo, me deleito e  "quase gozo" ao assistir Hedwig and the Angry Inch. Fico com a minha polegaga irada só de pensar que quem escreveu, dirigiu e atuou, dando vida a essa delicia de filme foi o Norte Americano John Cameron Mitchell. Como eu gostaria de conhecer este cara!!!
   Chega de rasgação de seda... este filme foi um exemplo de que um sonho pode sim se realizar, mas devemos pensar bem qual será o preço a pagar (fica a dica)!!! 
   Amem ou odeiem, mas não o ignorem... Quero ver conseguirem derrubar este muro!!!


   Bjbj e até a próxima

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sejamos Dirty

   Podem dizer o que quiserem, mas minha vida é baseada em paixões, como um bom ariano, por sinal!!! Desta forma, seguindo minhas paixões e falando em filme que de alguma forma tocou ou alterou minha vida... o primeiro que me vem a cabeça é: Dirty Dancing - Ritmo Quente (1987).


   Não pretendo traçar um estudo antropológico, nem uma crítica especializada, espero que leiam como  alguém de treze anos, pois foi assim que o assisti pela primeira vez, ou pelo menos acho, minha lembrança de data é meio vaga!
   Não sei se foi a mistura bem feita entre musica, dança e história de amor que fizeram com que me apaixonasse por este filme, só sei que todas as vezes que o posso assistir, eu o faço. Na época era um menino se descobrindo, aprisionado num mundo de conceitos que não entravam em sua cabeça direito; pois bem, basicamente este é o tema do filme.
   Nem adianta fazerem cara feia! Quem não sentiu um nó na garganta ao verem o casal principal dançando ao som de "The time of my life", quem não sentiu vondade de dançar ou ser daquela época ao ouvir a absurdante trilha sonora; quanto a ser a mocinha possuida pelo Patrick Swayze, não é tão atrativo, mas a imagem do homem rebelde, sim!!! Rssss
São muitas as lembranças, então vamos listar:
 
1- A força de empatia da personagem principal, a menina Baby tentando ser mulher, mas sem ser como as outras.

2- A fabulosa imagem de férias de verão que não existe por aqui.

3- A inegável quimica entre o casal principal, a jovem Frances Houseman, conhecida como Baby, (Jennifer Grey) e o dançarino Johnny Castle (Patrick Swayze).

4- As deliciosas coreografias que faziam querer ter vivido naquela época.

5- A trilha sonora realmente quente.

6- O fabuloso sonho de poder ser quem você realmente quer, ou espera, ser.

7- Pra que mais, sou só amor a este filme!!!


   Agora você me pergunta: Mas, mudou a sua vida? e eu respondo, Sim!!! Como diria o Nigel, personagem de "O diabo veste prada", era um raio de luz para um garoto perdido. Se não viram ainda, assistam; se já, vejam novamente, afirmo que vale o tempo em frente a tv.