Em tempos idos, um garoto resolveu que queria navegar pelo misterioso mar. Como não tinha conhecimento para isso, foi a procura de quem o sabia!
Depois de um tempo encontrou um grupo que diariamente faziam expedições mar adentro e à eles acabou se juntando. O grupo era guiado por um casal de velhos viajantes que conheciam os sete mares. Sempre que possível transmitiam-lhes seus valiosos conhecimentos sobre o mar.
Certo dia o velho viajante revolveu ensinar algo ao garoto e questionou-o sobre o que ele faria em caso de uma tempestade em alto-mar. O garoto por sua vez, apaixonado pela nova vida que vinha levando, afirmou que nunca abandonaria o barco, independente do que acontecesse. O velho, então curvou-se, abaixou os olhos à terra, levantou-os ao ar e depois, mirou profundamente o mar, como se destes lugares quisesse ver algo, mas somente disse: " Na hora certa veremos o que vai acontecer, depois voltaremos a conversar, isso se nos for permitido pela Rainha do Mar..."
O tempo passou e o garoto começou a ganhar experiência em como navegar pela sua paixão, o mar. Ele aprendeu a sobreviver à pequenas tempestades, vezes caindo do barco e sendo içado de volta; vezes segurando firme até que a tempestade passasse.
Mas a fúria dos ventos e das tempestades resolveram assolar o barco de tal forma, em uma de suas viagens, que a imagem que se tinha era de puro caos... alguns dos navegantes pularam ao primeiro sinal da tempestade, outros seguraram-se o máximo que puderam; já o garoto, perdido em meio aquela imagem aterradora do mar em fúria resistiu enquanto pode, mas ao ver que o barco estava se desfazendo, resolveu pular no mar...
O barco se desfez e alguns dos navegantes partiram para outros planos...
Quando a tempestade começou a passar e o dia se fez claro outra vez, o garoto se viu agarrado à um pedaço de madeira que outrora fizera parte do barco, sendo jogado pelas ondas do mar.
Depois de um tempo sozinho naquele grande mar, o menino começo a se perguntar o que teria acontecido aos seus companheiros e irmão de viagem, imaginava se mais alguém estaria como ele, vivo, perdido, agarrado à um pedaço do que sobrou do barco... Mas o tempo, nada de novo revelou.
Logo o garoto chegou a uma praia, de onde, sem energia, não conseguiu mais sair...
Mais uma vez, o fabuloso tempo passou... Neste período o garoto sentava-se à beira da praia e pensava em entra no mar, mas tinha medo e faltava-lhe uma coisa: O barco. Por dias ele chorou ali, na areia áspera da praia, chorando pelo que perdeu, pelo seu amado barco, pelos seus companheiros, por uma vida feliz que ele nunca mais poderia ter, mas principalmente, pelo mar, sua eterna paixão, traiçoeiro como a serpente escondida no profundo do coração dos homens...
As únicas coisa que ele tinha daquele período tão feliz de sua vida, eram os conhecimentos e um pedaço de madeira que insistia em mostrar-lhe o quanto ele fora feliz!
Pobre do garoto!!!
Quem sabe um dia ele perceba que é impossível juntar os pedaços do barco e remontá-lo; é impossível reunir todos os seus companheiros... Mas que é possível, sim, montar um novo barco, superar o medo do mar bravio e juntar novos companheiro; e quem sabe ele, um dia, será o velho que ensinará à garotos como ele, sobre o brilho maravilhoso e traiçoeiro do mar, das emoções e da importância de se ter e cuidar bem de um barco, porque quando ele se parte e afunda no Mar, ele estará, para sempre, perdido...
Será?
A todos que um dia tiveram uma família que mudou a sua vida, mas por diferentes motivos os caminhos se afastaram...
Amados de minha tradição, aos que vieram antes de mim, meu eterno obrigado pelo caminho partilhado, que um dia, nesta, ou em outra vida, possamos nos encontrar... Lembrem-se, existe somente um início e um fim, o resto, são só caminhos!!!
Abençoados sejam todos
Depois de um tempo encontrou um grupo que diariamente faziam expedições mar adentro e à eles acabou se juntando. O grupo era guiado por um casal de velhos viajantes que conheciam os sete mares. Sempre que possível transmitiam-lhes seus valiosos conhecimentos sobre o mar.
Certo dia o velho viajante revolveu ensinar algo ao garoto e questionou-o sobre o que ele faria em caso de uma tempestade em alto-mar. O garoto por sua vez, apaixonado pela nova vida que vinha levando, afirmou que nunca abandonaria o barco, independente do que acontecesse. O velho, então curvou-se, abaixou os olhos à terra, levantou-os ao ar e depois, mirou profundamente o mar, como se destes lugares quisesse ver algo, mas somente disse: " Na hora certa veremos o que vai acontecer, depois voltaremos a conversar, isso se nos for permitido pela Rainha do Mar..."
O tempo passou e o garoto começou a ganhar experiência em como navegar pela sua paixão, o mar. Ele aprendeu a sobreviver à pequenas tempestades, vezes caindo do barco e sendo içado de volta; vezes segurando firme até que a tempestade passasse.
Mas a fúria dos ventos e das tempestades resolveram assolar o barco de tal forma, em uma de suas viagens, que a imagem que se tinha era de puro caos... alguns dos navegantes pularam ao primeiro sinal da tempestade, outros seguraram-se o máximo que puderam; já o garoto, perdido em meio aquela imagem aterradora do mar em fúria resistiu enquanto pode, mas ao ver que o barco estava se desfazendo, resolveu pular no mar...
O barco se desfez e alguns dos navegantes partiram para outros planos...
Quando a tempestade começou a passar e o dia se fez claro outra vez, o garoto se viu agarrado à um pedaço de madeira que outrora fizera parte do barco, sendo jogado pelas ondas do mar.
Depois de um tempo sozinho naquele grande mar, o menino começo a se perguntar o que teria acontecido aos seus companheiros e irmão de viagem, imaginava se mais alguém estaria como ele, vivo, perdido, agarrado à um pedaço do que sobrou do barco... Mas o tempo, nada de novo revelou.
Logo o garoto chegou a uma praia, de onde, sem energia, não conseguiu mais sair...
Mais uma vez, o fabuloso tempo passou... Neste período o garoto sentava-se à beira da praia e pensava em entra no mar, mas tinha medo e faltava-lhe uma coisa: O barco. Por dias ele chorou ali, na areia áspera da praia, chorando pelo que perdeu, pelo seu amado barco, pelos seus companheiros, por uma vida feliz que ele nunca mais poderia ter, mas principalmente, pelo mar, sua eterna paixão, traiçoeiro como a serpente escondida no profundo do coração dos homens...
As únicas coisa que ele tinha daquele período tão feliz de sua vida, eram os conhecimentos e um pedaço de madeira que insistia em mostrar-lhe o quanto ele fora feliz!
Pobre do garoto!!!
Quem sabe um dia ele perceba que é impossível juntar os pedaços do barco e remontá-lo; é impossível reunir todos os seus companheiros... Mas que é possível, sim, montar um novo barco, superar o medo do mar bravio e juntar novos companheiro; e quem sabe ele, um dia, será o velho que ensinará à garotos como ele, sobre o brilho maravilhoso e traiçoeiro do mar, das emoções e da importância de se ter e cuidar bem de um barco, porque quando ele se parte e afunda no Mar, ele estará, para sempre, perdido...
Será?
A todos que um dia tiveram uma família que mudou a sua vida, mas por diferentes motivos os caminhos se afastaram...
Amados de minha tradição, aos que vieram antes de mim, meu eterno obrigado pelo caminho partilhado, que um dia, nesta, ou em outra vida, possamos nos encontrar... Lembrem-se, existe somente um início e um fim, o resto, são só caminhos!!!
Abençoados sejam todos
PS (quase 3 anos depois) : Hoje sei que quem tem asas não precisa de barco. Quem é livre, não precisa nem de corpo.
Muito bonito o texto. Possa vc ter a coragem e a sabedoria necessária para construir e navegar em um novo barco, se essa for a tua vontade.
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