Minha vida é
repleta de momentos sabáticos e mudanças. Quem me acompanha de perto sabe que
já passei por diversas fases, lugares, religiões, amigos, felicidades e
tristezas, depressões e euforias... Não, não sou bipolar!
Hoje tive
vontade de escrever... Mas, não somente sobre algo que vi, ou que me apaixonei,
mas sobre como minha vida tem andado. Ok, um traço de narcisismo, mas quem não
o tem?
Enquanto
escrevo, ouço minha sobrinha de três anos cantando junto com o DVD da Barbie “É
preciso voar”. Uma resposta imediata ao questionamento que fez sentar em frente
ao computador neste calor escaldante do dia de hoje. É preciso voar.
De um tempo
para cá tenho caminhado por uma trilha totalmente nova para mim. Uma viagem ao
centro do meu eu. Já passei pela bruxaria, onde era realizado o “trabalho de
sombra”, (uma avaliação e redefinição do ego) mas nenhum trabalho de sombra ou
divã de psicanalista me levaria a este ponto em que meus mentores/vida estão me
guiando. Sim, dou o crédito aos meus mentores. Espíritos ancestrais que
resolveram me acompanhar nesta vida; poderia chama-los de ancestrais míticos.
Mas voltando
da divagação. Ouvi este fim de semana sobre como mascaramos sentimentos muitas
vezes desconhecidos ou encarados com o olhar de uma criança. Pois bem, percebi
que me acho muito importante (Rss), alguém muito bom, evoluído e por aí vai. E
por conta destes sentimentos acarreto sensações ruins para o meu dia.
Exemplo: Por
ser partidário do amor, humildade e tolerância, me sinto um ser à procura de
paz. Mas uma coisa e querer paz, outra é por intolerância e incompreensão não
querer ouvir o que alguém te diz sobre um assunto polêmico. Ou por me achar
“espiritualizado”, não querer ler um livro de uma jornalista (não consigo acha
um adjetivo para o que sentia), me utilizando como desculpa a frase: “tenho
preconceito”.
Controverso,
não?
Não sei bem
porque resolvi ler o tal livro. Achava eu que seria um livro escrito por uma
jornalista velha, pseudorrevolucionária, vestindo uma camiseta vermelha
socialista na foto da orelha do livro e repetindo as mesmas frases feitas e
bordões. Em bom português, queimei a língua! O livro é bem escrito,
apaixonante, simples, cheio de alma e vida (isso porque nem cheguei ao meio do
livro).
Estou falando
de Eliane Brum em seu livro, “O olho da rua”. Em um trecho do livro ela fala
que sua vida é escrever, fala do parto do texto e da importância das palavras
em sua vida.
Questionei-me
qual seria essa essência em minha vida. Imagino que seja a...
Pausa – neste momento eu ia escrever as artes;
tanto as antigas, a grande arte, quanto as atuais, música, teatro e etc.. Mas
meu telefone tocou. Alguém que desde muito tempo (cinco anos) não via, me
chamando para almoçar no sábado; dizendo que mesmo com a distância nunca se
esqueceu de mim.
Retomando,
então, à minha essência, começo a imaginar que seja agregar pessoas, amigos,
amores. Começo ainda a pensar que esta seria uma resposta aos grandes
questionamentos e dores de minha vida...
Vislumbro
numa pequena epifania que para mudar a vida e ser realmente feliz e pleno
devemos cultivar melhor os relacionamentos que temos; Que devemos para de nos
olhar tão no alto ou tão em baixo em relação aos outros e começa a nos olhar
nos olhos.
Se os olhos
são a porta da alma e somente Deus conhece Deus em sua figura simples e
hieroglífica, nos conhecemos e nos reencontramos no olhar e reconhecimento do
outro. Não um olhar de julgamento ou avaliação, mas de amor, sabendo que o
outro é um igual e portanto, multifacetado, colorido e cheio de nuances como só
as divindades podem ser.
Devemos
embarcar nesta viagem voando rumo à noite escura da alma e ao outro, sem medo,
preconceitos ou julgamentos, mas cheio de amor. Nessa viagem me vi e comecei a
me apaixonar pelo o que vi. Espero o mesmo para quem estiver lendo este texto.
E saiba, é
preciso voar!
"Se aquilo que procura não se encontrar dentro de ti, jamais o encontrará fora. Pois saiba, eu estou contigo desde o início e sou aquilo que se alcança ao final da jornada!"
ResponderExcluirCarregarei isso por todas as vidas!!! Amo muito Rafael.
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